Você já parou para perceber as pausas que fazemos na nossa fala? Em como a pausa é usada?
Tome este momento para refletir comigo.
A pausa é usada para descansar, para respirar. Afinal, é um momento de silêncio.
É usada na música, na oratória, na locução, e também em nossas vidas.
Esse momento de silêncio, essa interrupção no movimento da ação carrega todas as possibilidades do momento seguinte.
Podemos explicar isso melhor fazendo uma alusão às cores.
O branco, a junção de todas as cores, é a ação, o movimento e a palavra.
Já o preto, ausência de cores, é o silêncio, o buraco negro. Onde reside todas as intenções do próximo momento.
Em um texto, a ausência da palavra, esse momento de silêncio, captura nossa atenção para a palavra. Isto é, para o instante seguinte.
Nossa mente faz uma tentativa de adivinhar o que virá a seguir. Ela subentende o contexto e começa a prestar atenção. Até para saber se a ideia bateu com o que estava pensando.
Por isso a pausa, quando bem usada, se destaca.
Uma publicidade que usou isso com muito sucesso é da Mastercard, na voz de Edinho Moreno:
Fazer aquilo que se gosta, não tem preço.
Essas propagandas tiveram muito êxito simplesmente por terem usado a pausa na hora certa.
Em um texto, a pausa é marcada pelas vírgula. E mudam completamente o significado se colocadas em outro lado.
Por exemplo:
Vamos ganhar tudo, foi resolvido.
Vamos ganhar, tudo foi resolvido.
Perceba que, ao mudar a vírgula de local, mudou-se toda a intenção da fala.
Portanto, a vírgula é uma pausa que vem com uma sequência do momento seguinte. Está junta da primeira ideia.
O ponto e vírgula, por sua vez, é uma pausa um pouco maior. Faz alusão à ideia anterior e é complementária a ela. Mas não faz parte do contexto:
Em São Paulo, chove; em Goiás, faz sol.
Aqui, faz-se um complemento à primeira ideia, mas há dois contextos diferentes, separados por uma vírgula/pausa:
Em São Paulo, chove;
Em Goiás, faz sol.
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